Pontinha 0 - 1 Sporting (11ª Jornada de Juvenis)

Num jogo que prometia ser bastante renhido defrontaram-se o 1º (Sporting) e 4º classificado (Pontinha) da tabela, e nenhuma das 2 equipas decepcionou os adeptos num jogo no qual ambos os conjuntos esgrimiram argumentos, e demonstraram estar à altura do desafio brindando a plateia com boas exibições colectivas, e alguns destaques individuais.

O Sporting entrou em campo num 4-1-3-2 com Diogo Amado a trinco, e com Diogo Rosado, André Sousa e o polivalente André Martins na linha média a apoiar uma linha avançada com André Gonçalo e Wilson Eduardo.
Era um sistema novo para o conjunto Leonino em que a equipa ganhou capacidade defensiva no miolo ao jogar com 4 unidades de forma tão compacta quando tinham que defender, mas com Rosado e Martins a descairem para as alas para subirem pelo terreno acima quando a equipa partia para o ataque.
O Sporting demonstrou capacidade de se desdobrar de maneira eficiente para o ataque tanto com os seus laterais como com os médios, e Wilson Eduardo trabalhou imenso para construir jogo para André Gonçalo que jogou mais fixo na frente do que o seu companheiro de ataque.

Tendo em conta que o Sporting jogou num piso sintético podemos assumir que o 4-1-3-2 seja possívelmente um sistema alternativo para ser usado tanto para defrontar equipas fortes fora de casa tal como para permitir maior capacidade operária na linha média quando jogam numa superficie menos "amortecedora" como foi o caso do piso sintético.

O Capitão Diogo Amado esteve ao seu nível habitual, sóbrio e voluntarioso, e funcionou como libero à frente da dupla de centrais jogando num "envelope" vertical de 30 metros, e actuando lateralmente num estilo "Pára Brisas" de um lado para o outro do meio-campo defensivo limpando as investidas dos da casa com maior ou menor dificuldade.

O Capitão Leonino demonstrou que como trinco puro tem disciplina táctica, e não se aventura verticalmente em excesso excepto em situações de bola parada (bom pé direito), e bem precisou porque o quarteto Sportinguista de meio-campo é ilusório pois quando Rosado e Martins sobem, a capacidade de marcação leonina na linha média fica limitada ao Capitão e a André Sousa, e em alguma ocasiões sentiram dificuldades pois o conjunto da Pontinha esteve longe de ser macio, e jogava muito bem no contra-ataque com Paulo Pina e Wilson Quaresma sempre espetados na frente de ataque à espera de um deslize ou desatenção que lhes desse oportunidade de apanhar um Sporting desiquilibrado para a frente.

O conjunto da casa parecia estar bem rotinado para jogar ao ataque quer em 4-3-3 ou 4-4-2, e em várias ocasiões espelhou o Sporting no sentido de defender e atacar num modelo de jogo semelhante ao dos forasteiros, e no qual defendiam com 3 médios interiores, mas atacavam sempre com 2 avançados bem definidos, e por vezes arriscavam mesmo o 4-2-4. Tinham razões para isso pois tinham elementos que ofereciam segurança quer no miolo como o trinco Diogo Mendonça, quer na defesa onde o lateral direito David Rosa, e o central Renato Correia mostraram que não é por acaso que esta equipa está a fazer uma boa campanha pois tem bons (e humildes) jogadores, e um treinador sereno e pedagógico nas suas intervenções.

Nos primeiros 20 minutos as equipas estiveram perfeitamente equiparadas, e nenhuma conseguia proclamar superioridade em qualquer sector, mas a partir dessa ocasião ambas as equipas meteram a 4ª mudança e aumentaram o ritmo de jogo e agresividade, e continuaram a manter-se lado a lado sem vantagem de qualquer espécie. Com os 2 conjuntos tão equilibrados era necessário que uma individualidade fosse capaz de resolver a disputa, e dar uma injecção de confiança à sua equipa. E é aqui que na sequência de um cruzamento de Diogo Rosado (bom pé esquerdo) o avançado André Gonçalo inaugura o marcador aos 30 minutos ao fazer o seu 5º golo da época.

Apesar de estar a perder o Pontinha não se foi abaixo animicamente, e o jogo continuou como até então muito igual, e com ambos à procura de espaços. Com o Sporting a tentar trazer a bola pelas alas para alimentar a sua linha ofensiva, e o Pontinha a tentar municiar a sua dupla de avançados com passes mais longos, e aqui mérito à dupla de centrais Leonina de Pedro Mendes e Bruno Simões que como de costume esteve atenta e sólida.
Os seus 2 elementos complementam-se muito bem, Mendes joga mais em marcação zonal próxima do seu keeper, e é mais eximio no jogo aéreo enquanto Bruno Simões é mais exuberante, com maior mobilidade, e mais adiantado a tentar preencher espaços entre a defesa e o seu trinco.
Ao longo da partida viu-se que o Pontinha não tinha um caudal ofensivo tão forte como o Sporting, mas mesmo assim criava oportunidades, embora a nível de remates de meia distância, e jogadas de bola parada ainda precisa melhorar considerávelmente.

Na 2ª parte o Sporting parecia ter vindo ainda mais forte, mas era uma ilusão, na verdade os Leões apenas mantiveram o seu ritmo de jogo até então, mas o seu adversário pouco a pouco começou a abrandar, e entre o minuto 41 e 70 o Pontinha afastou-se ligeiramente do jogo enquanto procurava oxigénio que lhe permitisse voltar a jogar ao mesmo ritmo da primeira parte. Durante este descanso dos anfitriões o Sporting começou a dominar ligeiramente o jogo mas nunca encostou o adversário às cordas.

Aos 40 minutos entrou um jogador muito interessante na equipa do Sporting, um Juvenil de 1º ano, o lateral esquerdo Mário Rui ("Marinho") que entrou para jogar no lado esquerdo do meio campo, e sem dúvida foram dos seus pés que sairam algumas das jogadas mais deliciosas, e emocionantes da tarde porque este jovem entrou e entrou muito bem no jogo.
É certo que o Sporting por esta altura já revelava algum ascendente mas com Marinho em campo o jogo ganhou entusiasmo porque o miudo tem técnica, é irrequieto e joga com uma raça diabólica, sem dúvida sacudiu o jogo. Eventualmente o entusiasmo do jovem acabou por o trair pois queria fazer tudo (e depressa) mas o Mister Luis Dias calmamente lhe ia pedindo para fazer as coisas de uma maneira mais simples.

O jogo progredia, e ambas as equipas faziam alterações, e as suas filosofias de jogo iam sofrendo modificações estruturais à medida que as equipas iam ganhando frescura em um sector e relaxando ou recuando em outros. O Sporting eventualmente começou a jogar com Wilson Eduardo mais sozinho na frente, e a equipa já estava mais próxima do seu 4-1-2-3 habitual à medida que metia menos presença na frente, e o treinador Leonino injectava energia no seu meio-campo para suster o pressing final do Pontinha. Até mesmo em jogadas de bola parada na área adversária o Sporting já deixava mais jogadores na linha média para suster um potencial contra ataque.

O assalto final do Pontinha eventualmente surgiu nos 10 minutos finais onde um Pontinha já recuperado fisicamente voltou a acelarar, e agora era o Sporting que já tinha o tanque quase vazio, e tentava segurar um resultado curto mas sem defender muito atrás. Nestes últimos instantes o guardião Pedro Miranda revelou-se decisivo ao suster 1 ou 2 remates muito perigosos, e mérito também para Diogo Amado que por esta altura descia pelas alas abaixo para dobrar Vasco Oliveira na lateral direita. O capitão Leonino foi incansável, e sem oscilações na sua performance durante os 80 minutos, está habituado a jogar mais como médio box-to-box, mas como trinco também se portou muito bem.

Apesar da derrota caseira o Pontinha tem uma boa equipa, está bem orientada por gente humilde e dedicada, e tem 4 a 6 elementos espalhados pelo XI que dão garantias, com serenidade e ética de trabalho certamente vão fazer um campeonato tranquilo.



André Figueiredo

Capitão Diogo Amado

André Gonçalo (bocejando), André Sousa, André Martins, Bruno Sousa, e Pedro Mendes

André Gonçalo, André Sousa, André Martins, e Bruno Sousa

Luís Andrade

O Mister explica a Luís Andrade que ele tem que "policiar" correctamente o lateral do Pontinha

Os Diogos (Rosado e Amado) na expectativa