Luso Football

Blog dedicado às Camadas Jovens/Futebol de Formação do Sporting Clube de Portugal.

domingo, dezembro 17, 2006

Sporting 1 - 0 Odivelas (13ª Jornada de Juvenis A)



Leões Apagados

Os Juvenis Leoninos de momento navegam num bom momento de forma a nível de resultados, somando já 5 vitórias consecutivas, mas é inegável que a qualidade de jogo tem sido sofrível nas últimas jornadas, por vezes devido à valia dos adversários, e condições adversas, mas isso só por isso não explica um Sporting que tem ganho, mas ganho sem brilhantismo e que tem sentido dificuldades fora do comum tendo em conta o potencial do grupo de trabalho.

O Odivelas entrava neste jogo em 9º lugar e não tinha um registo brilhante no campeonato, já na última jornada tinha recebido o Benfica, e pregado um forte susto ao marcar 2 golos a esse candidato ao titulo. Portanto com o Odivelas a subir de forma ligeiramente nas últimas jornadas era de esperar que o Sporting entrasse em campo disposto a não facilitar.

As novidades no XI Leonino foram a entrada do defesa central Filipe Paiva para a posição de lateral direito. O jogador Alcochetano é Juvenil de 1º ano e até agora apenas tinha acumulado 80 minutos no campeonato quando havia jogado a defesa central em Leiria na 5ª jornada. Mas nesta ocasião tornou-se o 5º jogador (Luís Resende, Cedric Soares, Vasco Oliveira, Frederico Oliveira, Filipe Paiva) a jogar como lateral direito dos Juvenis em 13 jornadas.

De resto tudo normal dentro dos parâmetros da rotatividade utilizada por Luís Dias para maximizar os seus jovens talentos; André Martins jogou e André Sousa esteve no banco, Diogo Viana manteve a titularidade (a dupla de extremos foi a mesma da anterior jornada), André Gonçalo foi o avançado centro nesta jornada em vez de Wilson Eduardo, e o Juvenil de 1º ano Hugo Fernandes (avançado centro) esteve na convocatória pela 2ª semana seguida.

Na primeira parte do desafio ambas as equipas mostravam argumentos, mas o Sporting era indiscutivelmente a melhor equipa, e evidenciava qualidade colectiva que lhe poderia permitir ganhar o jogo confortavelmente desde que fossem capazes de manter o ritmo inicial. Nesta altura do jogo notou-se que o Keeper Leonino Pedro Miranda (mais uma boa exibição) estava muito interventivo verbalmente coordenando os seus colegas a partir do sector mais recuado, e incentivando os seus camaradas a pressionarem e a não deixarem o adversário jogar.

Aos 15 minutos o dianteiro André Gonçalo conseguiu abrir o marcador, e assim marcou o seu 6º golo da época, era um golo perfeitamente natural, resultado do facto de os anfitriões terem mais qualidade, e estarem até então a serem capazes de potenciar a mesma, a este ritmo não era difícil imaginar um score saudavelmente "gordo" no final dos 80 minutos a favor do Sporting.

O Odivelas apesar de menos cotado na tabela classificativa mesmo assim também mostrou que se lhes fossem concedidos espaços então eles também poderiam tentar a sua sorte, mas durante a primeira parte os visitantes não foram capazes de penetrar a barreira defensiva na retaguarda Leonina, e primariamente foram perigosos através de remates de meia distância, inclusive um remate venenoso aos 32 minutos executado a mais de 35 metros e que Pedro Miranda defendeu com a sua classe habitual.

O estreante a lateral direito Filipe Paiva que recentemente tinha estado em estágio com Paulo Sousa nos Sub-16 surpreendeu pela positiva, é certo que só esteve 40 minutos em campo mas não se embaraçou minimamente com os seus esforços porque esteve bem tanto a defender como a atacar. O Sporting chegava mesmo a atacar mais pelo seu flanco (e de Luís Andrade) do que pela esquerda de Michael Santos e Diogo Viana. Paiva cruzava bem a bola e tinha um jogo aéreo interessante, é ainda algo franzino, mas mostrou serviço, e aproveitou bem os minutinhos concedidos pelos Mister.

Na 2ª parte entrou na equação um factor intangível que afectou severamente os Leões, alguém "desligou o disjuntor" que alimentava as pernas dos Leões porque entre o minuto 41 e 80 os Leões começaram a perder energia de uma maneira alarmante, e no final do jogo as coisas estiveram muito sofridas. Geralmente as equipas do Sporting costumam manter o ritmo do principio até ao fim enquanto os seus adversários fraquejam na segunda etapa, mas neste jogo foi o oposto. O Sporting abrandou pouco a pouco, e com a sua desaceleração o Odivelas reentrou no jogo. O Sporting recuava animicamente, e o Odivelas ganhava confiança, foi um processo lento mas a meio da 2ª parte já era uma contenda diferente da primeira etapa.

O jogo foi também ficando mais durinho e faltoso, principalmente por parte do Odivelas que fazia algumas entradas mais viris, mas eventualmente os da casa também ripostaram e fizeram algumas faltas menos simpáticas. O Senhor árbitro Tiago Martins talvez devesse ter mostrado cartões mais cedo para serenar os animos, mas eventualmente reassumiu algum controle sobre a vertente disciplinar da partida.

Nos últimos 15 minutos o Sporting já jogava francamente mal tendo em conta o seu real valor, e parecia encurralado no seu lado do campo muito por culpa dos visitantes Rui e Helder que orquestravam o meio campo do Odivelas, e eram muito incentivados pelo Guarda-Redes Zé João. Os Leões eram incapazes de executar 6 passes seguidos (as chuteiras pareciam ser feitas de chumbo) sem perder a bola, era uma qualidade de passe incaracterística nestes jovens que nestes 40 minutos complementares assinaram a sua pior exibição da época. O nervosismo instalou-se, e o Odivelas começou a aparecer muito em jogo através de Johnny, e explorava imenso o corredor direito do Sporting que tinha trocado Filipe Paiva por Luís Resende mas apesar de maior frescura física a verdade é que a ala direita estava agora mais porosa.

Mesmo unidades de grande consistência como Bruno Simões começaram pouco a pouco a ficar sem "corrente eléctrica", e a jogar a um nível inferior ao que já nos habituaram. O Capitão Diogo Amado também teve a sua dose de passes errados, e más recepções de bola, mas tentou sempre manter a "casa" direita, e com força física, raça e capacidade de antecipação tudo fez para evitar que o Sporting jogasse demasiado recuado. O Capitão foi talvez o Leão que mais faltas sofreu, e no final do jogo ainda estava estoicamente em campo a cumprir as suas funções, mas parecia bastante diminuido fisicamente sem conseguir disfarçar que estava a coxear.

Um momento bonito de fairplay foi quando Rui o médio centro de Odivelas se lesionou, e o enfermeiro Alexandre Rodrigues do Sporting entrou em campo apressadamente para auxiliar o jovem forasteiro.

O jogo terminou com felicidade para o Sporting pelos 3 pontos, mas nem o Sportinguista mais optimista poderia ver a exibição desta jornada como positiva. Em abono da verdade os jovens Leões no final do jogo não estavam felizes, mas não estavam tristes, estavam sim frustrados com a sua exibição, e mais do que conscientes que esta em nada espelhou o seu real valor. Exibições destas no futuro não serão suficientes para convencer adeptos, e muito menos os adversários, os jogadores mais do que ninguém sabem disso, e sabem que terão que responder em campo.



André Figueiredo


Diogo Amado, Pedro Miranda, Pedro Mendes, Filipe Paiva, Bruno Simões, Luís Andrade, Michael Santos, André Martins, André Gonçalo, Diogo Viana, Diogo Rosado.

Miguel Serôdio (defesa central dos Iniciados) possivelmente a preparar-se para dar um mergulho no Campo Nº5.


Grupo de trabalho faz chacota de Paulinho


Tonel, Paredes, Ricardo, Liedson, Tello, Martins, Patricio.


Carlos Pereira e João Aroso preparam o treino.

O jogo dos Iniciados A começou pelas 11:00 (tal como o de Juvenis A), mas por volta das 11:15 o Sr Ferrão passou por mim, e disse "meu amigo, já está 5-0" e eu perguntei se estava a brincar, mas ele disse que não estava, "eles são muito fraquinhos". Ao intervalo Andreia Alexandre disse já estar a contagem nos 7-0. 50 minutos depois os adeptos saiam do Campo Nº5 e murmuravam "Quinze a zero, quinze a zero".

4 Comments:

At 17:25, Anonymous Anónimo said...

Estive a ver no site do Sporting que curiosamente está sempre mais atualizado que o do Benfica em termos de Agenda, que o próximo jogo dos JuvenisA é com o Benfica na Academia, mas infelizmente é no dia 20 de Dezembro às 15h. Quem é que vai ver um jogo num dia de semana de trabalho, só se fôr estudante, estiver desempregado, de férias. Estava com uma vontade de não perder este jogo, até para tirar algumas dúvidas através das minhas observações. Mas pronto o que é que se há-de fazer.

 
At 18:25, Blogger ACF said...

Sim, será Quarta pelas 15:00.



André Figueiredo

 
At 23:19, Blogger 30 said...

André, podes-me fornecer a constituição inicial da equipa de Juvenis A do Sporting que mais vezes actua de ínicio e a sua numeração?

Obrigado.

André

 
At 10:22, Blogger ACF said...

Sinceramente não sei dar um XI certo, mas basta olhares para a estatistica dos mais utilizados, geralmente o Amado, Rosado, Simões, Mendes e Santos são utilizados mas não são intocáveis, os outros vão rodando e André Martins, Wilson Eduardo, Luís Andrade estão sempre na orbita da titularidade.

Adivinhar quem joga a lateral direito é como adivinhar o Euro Milhões. Os Guarda-Redes rodam todos os jogos.

A numeração muda consoante quem joga, não existem números fixos. Mesmo que eu pudesse adivinhar qual o melhor Xi ou qual o XI mais utilizado até agora isso não quer dizer que esse XI entre em campo na Quarta. Acredita que o principal critério é mesmo rodar o XI sem roubar demasiada capacidade competitiva, de resto não vejo os treinadores de Juvenis e Iniciados seguirem um padrão ou lógica especifica que permita adivinhar os XIs.

Isto não é futebol senior em que se possa criticar os Mister por não entrarem em campo com o melhor XI porque temos que entender que ganhar não é o único propósito de treinadores nestes escalões. E á mais dificil treinar Juvensi que Juniores, e mais Iniciados do que Juvenis, pode ser um a tarefa ingrata. Nestes casos criticar a táctica ainda é aceitável mas a escolha do XI ou substituições para mim é algo que apenas irei constatar e nunca criticarei ao treinadores embora como adepto tenha pena de ver alguns "brinquedos" no banco ou fora dos convocados.



André Figueiredo

 

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