Portugal 0 - 1 Georgia (Sub-18)
Não conhecendo bem o valor da Selecção da Georgia eu estava à espera de uma equipa do calibre da Andorra, Luxemburgo, Kuwait ou Ilhas Faroé, mas para minha surpresa não só a equipa visitante tinha alguma qualidade, mas a Selecção Sub-18 Portuguesa que hoje entrou em campo revelou-se algo decepcionante. Em alguns aspectos esta selecção Sub-18 até me pareceu mais bem trabalhada do que outros escalões e colectivamente a equipa não esteve mal, mas vi muito pouco a nível de talento individual que pudesse ser útil ao colectivo. André Carvalhas (constou-me que esteve em bom plano no dia anterior) e Miguel Rosa tiveram um lance bonito, mas pouco mais, Ricardo Fernandes mexeu logo com o jogo assim que entrou, Stélvio Cruz também mostrou pormenores (muito alto, forte e voluntarioso), mas não me pareceu uma das melhores Selecções do mundo, muito longe disso. Esperemos que isto tenha sido o lado B do “Disco” Sub-18 porque no último quarto de hora od jogo o impensável aconteceu, a Georgia era inequivocamente melhor que nós.
Portugal entrou em campo esquematizado em 4-3-3 (1 trinco e 2 interiores) com Ricardo Ferreira na baliza, quarteto defensivo com Carlos Pita na esquerda, Valter Fernandes (Capitão) na direita, Miguel Víctor (direita do eixo) e Fábio Faria (esquerda do eixo) como centrais. No miolo tinham Stélvio Fernandes como trinco, Miguel Rosa como interior-esquerdo e Carlos Amaral como interior-direito. No ataque estava Feliz Vaz na esquerda, Filipe Godinho na direita e Tiago Cintra como avançado-centro.
Presentes para observar o jogo estiveram Agostinho Oliveira de quem tive chance de me despedir no final do jogo, um individuo muito simpático, e também lá estava outra figura bem conhecida dos Sportinguistas, Rui Jorge.
Eu estava atrás da linha de fundo e cada vez mais próximo da bandeirola de canto, quando usando a minha magnifica visão periférica reparei que estava um individuo empoleirado a ver o jogo por detrás de um muro (no lado oposto às bancadas). Indubitavelmente o Mister Rui Jorge estaria lá para observar Carlos Amaral e Filipe Godinho, 2 atletas vinculados ao Belenenses. Curiosamente quando o Belenenses foi a Alcochete em Dezembro Rui Jorge também viu o jogo sozinho do lado oposto às bancadas, deve gostar da privacidade.
O terreno à volta do relvado não estava em grandes condições pois estava extremamente enlameado e o próprio relvado estava algo empapado. Após a celebração dos hinos nacionais dos 2 países seguiu-se um minuto de silêncio em honra de Manuel Bento a quem o “speaker” chamou de maior Guarda-Redes Português de todos os tempos. O central Fábio Faria até custa a acreditar que ainda seja Sub-18, deve ter mais de 1,83 de altura e fisicamente é muito forte, ombros largos e bastante robusto (semelhante ao Ruca dos Sub-17). O Avançado Tiago Cintra (atleta do FCP, Ex-Leixões) jogou com “óculos de mergulho” na cara para lhe proteger a vista, realmente era um visual fora do comum dentro do relvado. Do lado Georgiano destaque para o Guarda-Redes Giorgi Makaridze, muito forte fisicamente e bastante interventivo a comandar a defesa, teve algumas saídas extemporâneas, mas tal como a sua equipa esteve suficientemente bem nos momentos decisivos. Dos jogadores de campo destaque para Revaz Gviniashvili (que não jogou de inicio), Nº14 pequenino, mas com boa técnica e velocidade, tanto ele como o Nº10 Levan Kenia foram crescendo ao longo do jogo e apareceram mais na 2ª parte. O jogador que me saltou mais à vista no conjunto Português terá sido o extremo esquerdo Feliz Vaz, na 1ª parte Portugal esteve ligeiramente melhor que o adversário e Portugal parecia gostar mais de atacar pela esquerda (Vaz e Godinho trocaram de flanco ao longo do jogo) quando lá estava Feliz Vaz que se revelou um atleta semelhante a Diogo Viana (Vaz é mais franzino), rápido, muita raça e sem grandes malabarismos técnicos tentava alcançar a linha de fundo para cruzar, diria que ele foi o maior “saco de pancada” dos Georgianos na 1ª parte, sofreu várias faltas e foi alvo de atenção redobrada por parte da defesa e meio campo adversária.
Aos 5 minutos de jogo Portugal dava o 1º sinal mais quando uma bola longa viaja do corredor direito para a área da Georgia e vai cair fora da pequena área onde Feliz Vaz remata um pouco por cima do 1º poste. 11º minuto Felipe Godinho (esteve bem, mas também é algo franzino) cruza para área e Feliz Vaz consegue uma boa recepção de bola mesmo estando emaranhado no meio dos centrais adversários, mas depois recebe um toque no pé esquerdo, perde o equilíbrio e roubam-lhe a bola. Para iniciar o contra-ataque que eventualmente é desactivado pelo central Fábio Faria.
Tal como Portugal preferia atacar pela esquerda, também a Georgia preferia subir pela sua direita (esquerda Portuguesa) quando apanhava Feliz Vaz (e Carlos Pita debruçados para a frente). Ao fim de 15 minutos os Georgianos começaram a explorar esse corredor e conseguiram vários lances de bola parada. Numa tentativa de equilibrar os seus flancos e dar maior ajuda a Filipe Godinho Portugal começou a encostar Carlos Amaral mais à direita e resultou porque o extremo Godinho começou a subir com maior à vontade sabendo que tinha as costa cobertas. No jogo aéreo Portugal pareceu sempre algo ineficaz em jogadas ofensivas (defensivamente estiveram melhor) quer a tentar finalizar cantos ou cruzamentos (estes nem sempre foram excepcionais) e Tiago Cintra parecia algo perdido dentro do campo (muito nas alas, e bastante sozinho entre os centrais adversários), o trio de ataque fisicamente parece demasiado “lightweight” e revolve demasiado à volta dos seus alas, os 2 médios interiores nunca subiram muito pelo meio para apoiar o ataque.
O Nº16 Carlos Amaral teve pormenores interessantes, muito bom a “esconder” a bola, mesmo quando pressionado por 2 adversários consegue segurar o esférico, gira 180 graus sem a perder a descobre logo a linha de passe, bom pivot. Quase todos os jogadores Portugueses eram sólidos, mas raramente se viram pormenores de “fora-de-série” com a excepção de Feliz Vaz que na primeira meia hora esteve muito em jogo.
O Nº11 Levan Mchedlidze teve entradas muito durinhas, uns autênticos “chega pra lá” uns atrás dos outros, o árbitro Richard Winter muitas vezes fazia tanto espalhafato que mais parecia estar a apitar para a bancada ver em vez de controlar o jogo no qual faltas duras não foram sancionadas, houve muitas faltinhas que deviam ter sido ignoradas e algum “teatro” por parte dos forasteiros que apenas tornou um jogo aborrecido num jogo extremamente entediante. À medida que o jogo avançava a Georgia lentamente ia ganhando mais um canto, ou mais um livre, os Portugueses tinham o domínio em velocidade e jogadas vistosas, mas a Georgia em lances de bola parada ia aproximando-se da baliza de Ricardo Ferreira.
À passagem da meia hora Feliz Vaz (que raio de nome) sobe isolado pela esquerda e o Nº7 Aleks Benashvili (Capitão) vem ter com ele para interceptar, mas o próprio Keeper Georgiano sai da baliza o que leh valeu um valente raspanete verbal por parte do Capitão, teria sido útil a presença de um português a desmarcar-se no meio, um cruzamento da Vaz teria deixado isolado um companheiro na área. Aos 39 minutos canto da esquerda efectuado por David Targamadze e o Nº3 Giorgi Khumarashvili de cabeça faz o golo da tarde.
Na 2ª parte Portugal não foi necessariamente abaixo, mas a Georgia por seu lado começou a jogar cada vez com mais confiança no futebol e aos 57 minutos António Violante pergunta a Fábio Ferreira, Ricardo Fernandes e André Carvalhas se estão devidamente aquecidos e após ouvir a resposta que queria diz “Vamos, vão entrar todos”. Fábio Ferreira vai para extremo direito e Carvalhas e Fernandes vão para médios-interiores, destes 3 o que mostrou mais futebol foi sem dúvida Ricardo Fernandes, ao contrário dos outros ele tentou subir um pouquinho mais pelo meio, é um atleta de baixa estatura (1,70?), mas bastante compacto (bem cheinho), bom equilíbrio e com excelente controle de bola, bom nas bolas paradas. O Nº11 Georgiano acabou por se lesionar sozinho, falha um corte e efectua uma travagem brusca seguida de uma tentativa de mudança de direcção e fica logo agarrado à região Popliteia (parte detrás do joelho). Aos 65 minutos Miguel Rosa praticamente encostado à linha lateral (15 metros acima da linha de meio campo) faz um cruzamento para o 2º poste onde André Carvalhas efectua uma boa recepção e remata colocado para o canto inferior esquerdo da baliza, mas o keeper esteve atento. Pouco depois Ricardo Fernandes recebe a bola perto da área, sobe, passa por 2 adversários, finta muita rápida e sempre a progredir verticalmente e municia Tiago Cintra que atira por cima. Fernandes depois executa um canto na esquerda que tinha tudo para dar golo, ocorre um remate dentro da área, mas a floresta de pernas e alguma sorte protege os visitantes até que surge o alivio de um jogador Georgiano.
Nos minutos finais a Georgia parecia conseguir efectuar as transições defesa-ataque cada vez mais depressa e com mais confiança, aqui a prestação do trinco Stélvio Cruz foram importantes pois começou a surgir mais nos corredores laterais para desarmar jogadas quando os laterais Portugueses eram apanhados de surpresa pois nestas ocasiões Portugal já jogava muito subido no terreno no tudo por tudo inclusive jogar com 3 defesas (1 central e 2 laterais). Foi um jogo no qual Portugal esteve melhor de inicio, a Georgia começou a equilibrar a partida após os 20 minutos, e depois do intervalo foi sempre crescendo em audácia até ao final.
Tiago Cintra, Miguel Víctor, Fábio Faria
Miguel Rosa
Tiago Cintra
Tiago Cintra 1, Tiago Cintra 2.
Ricardo Ferreira
Miguel Rosa
André Carvalhas 1, André Carvalhas 2, André Carvalhas 3, André Carvalhas 4.
Tiago Cintra e Stélvio Cruz
Fábio Ferreira
Miguel Rosa
Capitão Valter Fernandes
André Figueiredo
11 Comments:
Perdemos 1-0. Os suplentes (titulares no dia de ontem) ainda entraram mas infelizmente não vencemos.
Nada que já não estivesse à espera. Com os titulares no banco os suplentes não conseguiram dar conta do recado. O André Carvalhas, em grande forma no dia anterior, ainda entrou, assim como mais titulares, para tentar dar a volta ao jogo mas infelizmente não deu.
André, depois quando puderes não te esqueças de me enviar as fotos dos jogadores do Benfica presentes.
Um abraço e bom trabalho.
André Sabino
André, em vez de te enviar por E-Mail posso antes colocar as fotos aqui e tanto tu como o Paulo Figueiredo podem ficar com elas? É que assim é mais rápido? Se quiseres por E-Mail és capaz de ter que esperar umas boas horas?
André Figueiredo
Nos últimos 30 minutos estava um jogador Georgiano a aquecer junto da bandeira de canto esquerda onde eu estava na conversa com um fotografo.
Este atleta esteve SEMPRE a rezar e a benzer-se, tocava na testa, ombro esquerdo, ombro direito e esterno, constantemente. Depois esticava as mãos com as palmas para cima numa pose muçulmana (afinal era católico ou Muçulmano?), depois parecia querer beijar a relva ou ajoelhar-se.
A dada altura as bancadas começaram com as bocas "Ó Taliban, tu não acreditas em DEUS, deixa-te de fitas". "Tirem daqui esse gajo, ele está a rezar contra Portugal", "Ó Violante, este ateu está a dar azar", "Cabrão, se te tirarem uma foto amanhã vais aparecer no semanário de Fátima", LOL!!!!!!
Nunca vi uma coisa assim, sempre a rezar, a beijar vezes sem conta um crucifixo, benzia-se outra vez, muitas vezes de olhos fechados, parecia estar em transe.
Eu até comentei que ele estava a pedir a DEUS para poder entrar nem que fosse como suplente.
André Figueiredo
Obrigado pelas fotos André. Se tiveres alguma em jogo (num plano mais longo com bola) também agradecia.
Um abraço e bom fim-de-semana de trabalho.
Pá, é assim, eu geralmente para tirar fotos do jogo costumo levar um tripé, mas como me esqueci do tripé não tirei muitas fotos do jogo e prefiro concentrar-me nos jogadores porque com a bola me movimento é preciso muita estabilidade para a foto não ficar desfocada.
Tirei poucas (vê o teu E-Mail), mas sinceramente ficaram todas horriveis, mas tens aqui uma que está menos má:
http://img127.imageshack.us/img127/52/dsc05117ix2.jpg
Se colocares as imagens num tamanho reduzido como fazes no teu blog ninguém deve dar pela falta de qualidade.
Abraço.
André Figueiredo
Pessoal visitem e comentem www.terceiro-tempo.blogspot.com
Resultados desta manhã (infantis e escolinhas):
1º jogo: vencemos por 9-4 (estivemos a perder 3-2)
2ºjogo: vencemos, marcando cerca de 10 a 15 golos, tal era a diferença de qualidade.
3º jogo: vencemos por 5-0
Informações de André Figueiredo em Pina Manique
Queria pedir a quem tem fotografias deste jogo ou de outros jogos do Fábio Ferreira que me enviasse, estamos a construir um site para ele e todas as fotografias são bem-vindas! Fica aqui o meu e-mail
catarina-figueiredo@hotmail.com
obrigada
catarina
Eu não percebo porque e que o chalana nao mete o melhor jogador d mundo a jogar ANDRÉ CARVALHAS e se ele nao acredita que o meta a jogar num jogo para a taça de portugal ou para a bwin liga
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