Lionel Santos, Alexandre Guedes, Miguel Martinho, Filipe Chaby, João Barreto, Rui Bento, Gonçalo Fino, Pedro Pinto, Pedro Rebocho (Treinador).
Vitor Pereira, André Silva, João Pinto, Diogo Cataluna, Vando Dias.
Posicionamento do
XI Leonino Vs Tenente Valdez.
Substituições:
30 minutos, sai
Pedro Pinto e entra
Lionel Santos (Guarda-Redes).
30 minutos, sai
Miguel Martinho e entra
Vitor Pereira (Extremo-Esquerdo).
André SilvaFilipe ChabyGonçalo FinoJoão PintoRui BentoLionel SantosJoão BarretoVando DiasDiogo CatalunaWeliton Matos (Defesa Central) Posicionamento do
XI Leonino Vs Alverca.
Substituições:
49 minutos, sai
Michael Santos e entra
Frederico Oliveira (Extremo Direito).
57 minutos, sai
Joshua Silva e entra
Rui Magalhães (PDL).
64 minutos, sai
Diogo Viana e entra
Luís Andrade (Extremo Esquerdo).
Neste jogo Vs Alverca (que em teoria é o mais forte dos 3 adversários nesta 2ª fase) o Sporting realizou uma exibição agradável e que foi qualitativamente superior às duas anteriores (Vs Belenenses e Setúbal) sendo premiada com um resultado "gordo", mas verdade seja dita que o score final é excessivamente generoso tendo em conta o futebol jogado pelo Sporting ao longo dos 80 minutos. É curioso que o Belenenses na sua recente visita ao Sporting exibiu-se colectivamente a um nível inferior daquele que tinha mostrado a 28 de Janeiro e o Sporting sem uma grande exibição conseguiu obter os 3 pontos. Mais curioso ainda tem sido a regressão por parte do Alverca que nos últimos 3 jogos Vs Sporting tem vindo a descer de qualidade, a 4 de Fevereiro o Alverca bateu o Sporting 2-1 no seu "areal" e foi uma vitória merecida por parte dos Ribatejanos que ambientados ao terreno de jogo fizeram por merecer o triunfo. 2 meses depois o Sporting regressou a Alverca e num terreno de jogo adequado conseguiu finalmente levar de vencida a equipa de Alverca por 1-0 após uma exibição de boa qualidade (mas com alguma sorte à mistura). Não havia razão para pensar que o Sporting fosse capaz de neste 4º encontro com o Alverca de os bater por 5-1. Foi um resultado fantástico, não foi a melhor performance da época, mas o score (tendo em conta a potencial qualidade do adversário) foi muito bom.
Comparativamente ao jogo anterior o Sporting alinhou com 2 alas puros (Michael e Viana) e notou-se como o seu ataque possuia mais simetria e agressividade. Tanto Viana como Michael estiveram bem neste jogo, embora a contenda na sua fase inicial tenho passado mais pela esquerda (Michael) e curiosamente o Alverca também atacou mais por esse lado, mas nas traseiras de Michael esteve Bruno Simões que assinou uma exibição sólida no capitulo defensivo e esporadicamente subiu com segurança para apoiar o ataque. Na ausência temporaria de um Luís Andrade em grande forma para equilibrar (com Viana) o ataque, esta opção por adiantar Michael no terreno e colocar Simões nas suas costas pareceu-me uma aposta interessante. A defesa agora joga com 3 centrais (1 adaptado a lateral) e permite mais liberdade a Cedric para subir, de certa forma não é dissimilar do Sporting a jogar com Caneira,Polga e Tonel e estes a permitirem a Tello/Abel que subam com maior impunidade.
Ter confiança faz toda a diferença, o Sporting quando se apanhou a vencer por 2-0 começou a jogar com segurança e confiança, foi do futebol mais sereno e fluido que se viu do Sporting nas últimas 4 semanas, 5 a 8 passes seguidos rápidos e sem perder a bola, boa posse de bola, 2 alas agressivos, boa interacção entre Joshua e Rosado na construcção de jogo no último terço do terreno, Martins e Amado omnipresentes no miolo, Simões, Reis e Mendes muito organizados nas traseiras.
Diogo Rosado teve uma exibição muito boa, que foi coroada com 3 tentos, mas para além destes detalhes é preciso realçar que este jogador se envolve cada mais nas tarefas defensivas e tem demonstrado crescente utilidade dentro da sua área no jogo aéreo a defender contra jogadas de canto. É um jogador que beneficia imenso da presença de André Martins (mais uma exibição "todo-terreno", absolutamente pivotal a defender e a atacar) e Diogo Amado nas suas costas que lhe permitem subir no terreno e orquestrar jogadas. No capitulo da finalização Rosado esteve bastante feliz, mas é preciso dar sequência a esta "felicidade". Pezinhos fantásticos, muita técnica, qualidade de passe muito boa, quando ganhar maior velocidade nas suas movimentações, jogar de cabeça levantada, e tiver maior qualidade (ou consistência) no remate será um jogador decisivo porque o potencial está lá.
Joshua Silva jogou como PDL, mas não jogou muito fixo, várias vezes descaiu para a ala direita e combinou múltiplas vezes com Rosado para construírem jogadas de golo um para o outro, nessa tarefa esteve bem. A dupla de centrais exibiu-se solidamente, Nuno Reis muitas vezes joga mais adiantado e assim preencheu o espaço entre Mendes e Amado, o entendimento entre Reis e Mendes está cada vez melhor, no jogo aéreo ambos têm estado bem, mas o Sporting precisa proteger melhor o seu 2º poste contra jogadas de bola parada. Quando a equipa subia no terreno geralmente deixava quase sempre 3 unidades (Simões, Mendes e Reis) na retaguarda. O Sporting abusou um bocadinho dos passes aéreos longos, quando são feitos por Pedro Mendes pelo centro do terreno (para Joshua ou Viana) faz algum sentido, mas passes destes ao longo dos corredores laterais muitas vezes resultam em lançamentos de linha lateral para o adversário.
Aos 25 minutos Nuno Silva ainda não tinha tocado na bola (devido à posse de bola do Sporting que não permitia "travessuras" aos adversários) e Michael passou para a direita e Viana para esquerda. Aos 54 minutos Nuno Silva fez uma fantástica defesa instintiva após um cabeceamento de Edson Martins que tinha selo de golo. Aos 58 minutos o Sporting estava a jogar com André Martins como trinco, Viana como médio interior esquerdo, Amado como interior direito, Rosado na esquerda, Frederico Oliveira (muito fustigado por faltas dos adversários) na direita e Rui Magalhães (já esteve melhor do que na jornada anterior) no eixo do ataque. A partir do 70º minuto Rui Magalhães descai para a posição de médio-ala direito e foi Diogo Rosado que assumiu as funções de avançado-centro.
O Sporting nesta partida fez 5 golos, mas terá tido 10 boas oportunidades de golo (nas primeiras 4 fez logo 2 golos), pode-se dizer que esteve feliz na finalização e teve um Rosado a quem o jogo correu bastante bem, mas acima de tudo a equipa desta vitória tem que retirar confiança para poder jogar com mais atitude. A capacidade para jogar bom futebol está lá, trocar a bola com rapidez e classe e explorar devidamente a acutilância dos seus 2 extremos. É preciso ter confiança e forçar a sua qualidade aos adversários, sem arrogâncias e sem menosprezos.
Já no Domingo em Setúbal é necessário provar que esta última exibição não se tratou de uma "anomalia" e que faz parte de uma evolução positiva que apenas pode sobreviver se a consistência exibicional se mantiver e se o Sporting voltar a vencer praticando cada vez melhor futebol.
André Figueiredo
Cristiano Ronaldo vencedor do trofeu PFA votado pelos adeptosÀs 16:10 chegou o 1º dos “notáveis” que marcou presença nas bancadas do
Complexo Desportivo do Grupo Dramático e Sportivo de Cascais foi o
Mister Quinito (pareceu andar à procura de locais para estagiar) que veio acompanhado de um colega de profissão e perguntou-me se seria ali o treino dos Sub-20. Sentou-se nas bancadas e formulou várias perguntas sobre o excelente (dos melhores que já vi em Portugal) relvado sintético de ultima geração ao Fisioterapeuta do clube. Durante a tarde estive a conversar durante uma hora com o Fisioterapeuta, senhor este que conhecia bem o percurso do
Fábio Paim (Alcoitão),
Daniel Carriço (Estoril) e inclusive falou com grande carinho do “Paulinho” (
Paulo Ferreira) e da forma como este último humildemente gosta de regressar às suas origens e vir visitar os seus amigos no clube onde se formou antes de seguir para o Estoril.
Não muito depois chegou o representante do nosso Sporting, o professor
Jean-Paul que veio cumprimentar todos os presentes e ele também expressou curiosidade sobre o relvado, tal como
Rui Caçador também expressou curiosidade sobre o sistema de rega, densidade do gramado, custo e tempo de instalação, que chuteiras são mais apropriadas para evitar lesões sobre esta superfície, o fisioterapeuta respondeu com entusiasmo a todas e quaisquer perguntas sobre um assunto sobre o qual obviamente estava bem documentado.
Eventualmente chegaram os atletas, a numerosa comitiva era liderada entre outros pelos Professores
Rui Caçador,
José Couceiro,
Carlos Dinis e
Fernando Brassard que iriam ministrar e auxiliar no treino dos atletas que inicialmente seriam divididos em 3 grupos, uns (
Paim,
Marques,
Coentrão,
Condesso,
Antunes,
Renato,
Vítor Gomes) iriam fazer treino de recuperação com o Mister Dinis, outros levariam com uma componente mais táctica ministrada por Rui Caçador, enquanto o Mister Brassard se ocupava com
Patrício,
Ventura e
Igor Araújo. Os craques já vinham equipados do hotel, e apenas necessitaram de se equipar nas bancadas onde foram colocando as caneleiras e chuteiras, sempre num ambiente onde reinava a boa disposição.
Antes do treinoEm relação à Selecção Sub-15 e quem irá ser o seu treinador, tendo em conta que num futuro a curto prazo esse escalão não irá ter um calendário muito exigente as ultimas especulações são de que seja
Paulo Sousa a acumular também essa responsabilidade e assim treinaria os Sub-15 e os Sub-16, mas isto é apenas o mais recente rumor.
Concluída a sessão de alongamentos e activação muscular por parte de Carlos Dinis, esses atletas começaram a correr à volta do relvado, enquanto no outro grupo
Caiado,
Zezinando,
Pereirinha,
Pedro Correia,
Steven (a quem os “pequeninos” nas bancadas carinhosamente alcunharam de “Viga” ou “ Guindaste ”),
Diogo Tavares e outros fizeram alguns alongamentos a nível de biceps femurais, adutores, etc.
Já nas bancadas antes do treino eu tinha reparado em 2 Africanos equipados com camaras de filmar, quase uma hora depois um deles estava atrás da baliza onde “Pereirinha e Companhia” estavam a treinar. Quando falei com ele notei que falava um Inglês muito bom, mas que havia ali um sotaque que era decididamente sub-Equatorial, quando lhe perguntei ele disse que estava ali ao serviço de uma cadeia de televisão Sul Africana que estava a promover o Campeonato Mundial de 2010 e estava em Portugal (esteve em Alvalade na noite anterior) a recolher imagens sobre “youth football”.
Claro, eu esfreguei as mãos e lancei de imediato uma “operação charme” falando-lhe daquele Bruno Pereirinha que estava ali à frente, expliquei-lhe que estavam ali “8 dos nossos”, 6 do Porto (o
Bruno Gama estava em Braga) e 1 do Benfica. Ele inqueriu sobre o investimento do Sporting na formação e eu “regurgitei” 15 minutos de informações sobre a nossa Academia e Pina Manique. Depois começou a perguntar-me por vários nomes e onde tinham sido formados.
Futre,
Figo?
Ronaldo?
Quaresma?
Simão?
Nuno Gomes?
Petit? Felizmente não me perguntou onde foi formado o
Tó Madeira,
Hugo Pinheiro e o
Nuno Mata, LOL. Eventualmente quis que eu o acompanha-se até ao sector do Mister Brassard e lhe falasse um pouco sobre os 3 “Keepers” presentes, obviamente falei-lhe logo de um tal Rui Patrício que ele teria que filmar devidamente.
Quando os atletas estavam a descomprimir e a ingerir líquidos no final da sessão de treino apareceram vários miúdos que queriam autógrafos e alguns começaram a perguntar-me se eu conhecia os jogadores. Queriam saber qual deles era o Pereirinha, depois quantos eram do Sporting (“são muitos”) e por fim houve um que me perguntou se estava ali algum do Benfica e eu assegurei-lhe que o Pedro Correia estava de facto ali muito perto de nós. Quando o puto persistiu e desejou saber qual deles era o Pedro “Pencas” Correia, eu generosamente apontei na direcção do Fábio Paim e disse “é aquele ali com as trancinhas” e lá foi ele todo contente.
Terminado o treino os vários craques aprontaram-se para regressar ao autocarro e eventualmente à sua unidade hoteleira, mas ainda tive tempo de tentar “lixar” o Pereirinha:
“Bruno, aquele gaijo (
Feliciano Condesso), aquele é que é o
Pelé do Guimarães?”
“Não, não, não, aquele tipo não tem nome, a gente simplesmente chame-lhe Zé”
André Figueiredo
1 grande SportinguistaAndré MarquesBruno PereirinhaDavid CaiadoPedro CorreiaZezinando CorreiaAntunesIgor AraújoPedro CelestinoPaulo RenatoDiogo TavaresHugo VenturaManoFábio CoentrãoFeliciano CondessoJoão PedroVítor Gomes"Beckham"Mais uma vez esse grande monstro do jornalismo Português que é
Filipe Alexandre Dias do
jornal "O Jogo" produziu mais uma cintilante, cativante e informativa entrevista com o nosso
Miguel Luís Pinto Veloso. Esta edição vale a pena comprar, plastificar e preservar na nossa
gavetinha de recordações.
Desviando os holofotes dos trincos de raiz Custódio e Paredes, o “puto” Veloso, uma revelação como médio-defensivo, dá a cara, na sua primeira entrevista de fundo, pelo ansiado fim de cinco anos sem títulos. A aventura triunfante que quer de leão ao peito aproxima-se da ponta final: o dérbi da Luz é mais um capítulo
FILIPE ALEXANDRE DIASÀ porta do decisivo dérbi, uma das novas sensações leoninas fala sobre tudo, em entrevista exclusiva a O JOGO. Desde as raízes encarnadas, sob a égide do pai, António, passando pela primeira temporada ao mais alto nível, até… aos cuidados com o cabelo, o agora médio-defensivo só repete um verbo ao falar do encontro na Luz e das provas nacionais: ganhar.
Em Maio de 1995, tinha nove anos e chorava agarrado ao seu pai, António, na festa de despedida deste em pleno relvado da velha Luz. Uma dúzia de anos passou, e hoje é titular do Sporting, sendo também uma das maiores promessas do clube, ao qual associa um apelido outrora tão ligado ao rival. Decerto não lhe passava então pela cabeça estar hoje nesta posição…
Recordo-me perfeitamente dessa tarde da despedida. Sempre vivi no meio do futebol, era o meu mundo. Cresci a ver o meu pai jogar, ia sempre assistir aos desafios, adorava aquilo, e a iniciativa de me tornar jogador foi minha, e assim entrei nas escolinhas do Benfica. Mas, naquela idade, não se têm grandes metas. Só quando chegamos aos escalões mais altos, juvenis, por exemplo, é que traçamos objectivos claros. Foi aí que alimentei a sério o sonho que agora vou concretizando. E cá estou.Na época de estreia na equipa principal do Sporting, esperava ter este nível de afirmação e aceitação por parte de colegas, público e crítica?
Está a ser muito bom, mas tenho trabalhado bastante para isso, é verdade. Como é óbvio, tinha como primeiro objectivo fazer parte deste plantel. A partir daí, tudo é possível. Tentei ter sempre calma, concentração e paciência suficientes, à espera do meu momento, que felizmente surgiu. Dei o melhor para agarrar a oportunidade, tudo correu bem, e agora há que dar continuidade, mas claro que tenho noção da importância que é ser titular desta equipa. E acredito que iremos vencer o Campeonato e a Taça.Sentiu alguma dificuldade ao integrar-se no plantel?
Nada. Com o Nani e o João Moutinho, já estava à vontade, pois conhecia-os dos escalões jovens. Com muitos outros, já havia trabalhado na pré-época de 2004/05, mas todos foram fantásticos comigo. Estou-lhes muito reconhecido pela forma como me têm ajudado, até porque os jogadores mais antigos estão habituados a receber jovens vindos dos escalões de formação a cada época.Ganhou um lugar [trinco] para o qual não havia muita concorrência desde 2003/04, “atirando” Custódio para o banco e barrando o caminho ao reforço com selo de experiência que é Paredes…
Sim, mas é bom não esquecer que tanto um como outro tiveram problemas físicos no início da temporada, e o mister decidiu colocar-me numa posição que eu já conhecia bem. Tentei sempre fazer o meu melhor, e tudo correu de feição.O Sporting nada ganha desde a Supertaça da época 2001/02. No seu primeiro ano de profissional, pode ajudar a quebrar este jejum…
Seria muito importante para o clube e para os jogadores. O êxito do Sporting é o nosso, e está tudo em aberto. Lutamos para ganhar o Campeonato e estamos merecidamente na final da Taça de Portugal. Não dependemos só de nós na prova principal, mas faremos tudo para lá chegar.Liedson chamou recentemente a atenção do público para os apupos dirigidos a um só jogador, Nani, dizendo que isso afecta todo o conjunto. Concorda?
Sim, a entreajuda é muito importante, embora tenhamos de estar preparados para essas situações. Só com este espírito poderemos seguir em frente. Ainda para mais neste grupo, no qual, mais do que companheiros, somos amigos. Queremos ver todos os colegas motivados, quer para ajudar o clube, quer com os adeptos, que devem estar do nosso lado.Como amigo pessoal de Nani, procurou estar mais próximo dele nesse período?
Ajudei-o sempre em tudo o que pude, tal como os outros companheiros e a equipa técnica. Não foi fácil para ele, mas essa fase já passou. Sentia-me triste por ele, mas todos lhe deram apoio, e felizmente vemos hoje o Nani em grande forma. Quando Miguel Veloso parecia firme à frente da defesa leonina, Paulo Bento optou por retirá-lo do onze logo a seguir à derrota caseira, para a Liga dos Campeões, frente ao Bayern de Munique, numa opção polémica e surpreendente. Ainda assim, o esquerdino garante que não desanimou, apesar da mágoa que o consumiu:
"Não é fácil para um jogador sair da equipa quando está num momento positivo, ainda para mais quando está a começar. Temos sempre essa vontade de continuar e de jogar mais, mas as opções do treinador estão acima disso, e só temos de as respeitar. Foi o que fiz.”Sem baixar os braços, o polivalente futebolista encarou o sucedido como uma etapa do processo de aprendizagem, de como se luta contra a adversidade:
"Fiquei triste, claro, mas acabou por ser mais um teste à minha capacidade de superação. Cresci com isso e acabei por recuperar o lugar. Foi mais uma experiência para quem está a começar. Não podemos pensar que, logo no começo, as coisas são garantidas, por muito bem que estejamos." O dérbi aproxima-se a passos largos e deverá ser o seu primeiro ao mais alto nível. Por tudo o que tem revelado e também pelo peso que o seu apelido tem no lado do adversário, sente-se um jogador a estar especialmente debaixo de olho neste importante embate?
Sei bem de tudo isso, mas não me altera, embora tenha muita vontade de estar nesse jogo. Vai ser mais um dérbi, muito importante nesta fase e sempre emocionante…É só mais um adversário?
Não. Temos o maior respeito pelo Benfica, como por todas as outras equipas.E qual é a melhor?
O Sporting. Melhor do que o Benfica e do que o FC Porto.O que tem o Sporting a mais do que o seu velho rival?
Tudo! Estamos num momento muito bom, juntando qualidade e agressividade nas exibições a bons resultados. Estes jogadores lutam sempre, até ao último minuto, e não fugiremos à regra na Luz. É para chegar lá e impor o nosso valor, embora tenhamos de ultrapassar um adversário sempre complicado.Viu o jogo da primeira volta no banco. O Benfica foi reconhecidamente superior a um Sporting do qual se esperava mais…
Infelizmente para nós, o Benfica foi melhor nessa partida, mas isso não vai suceder no próximo domingo. Tenho de reconhecer que lhes fomos inferiores, mas estou crente de que, desta feita, seremos uma equipa diferente. Progredimos muito desde então, estamos mais consolidados, mais maduros em termos individuais e colectivos, pelo que estou convencido que essa superioridade do adversário não se vai verificar neste jogo. Continua a “picar” o seu pai lá em casa quando toca a dérbis?
Brincamos com isso. O meu pai é benfiquista ferrenho e vai à Luz sempre que pode, mas claro que me meto com ele sempre que posso, e vice-versa. Quando há dérbis, então [risos]… Isso faz parte, ele está do outro lado, mas sei que ficará feliz por mim se o Sporting ganhar.Já lhe mandou alguma boca sobre o importante jogo que se aproxima?
Não. Devo dizer que ele é alguém que sabe observar, apesar do gosto pelo Benfica. Reconhece que o Sporting está bem e que não será fácil para ninguém, mas lembra sempre que, em dérbis, não se é favorito pelo momento de forma.A sua mãe e irmã, como ficam no meio disso, ou melhor, para que lado pendem?
A minha mãe torce muito por mim e agora é toda Sporting. Ficou muito magoada com o Benfica quando de lá saí. Ela foi quem ficou mais triste lá em casa. A minha irmã ainda “apanha” muito com o meu pai, que a puxa para o Benfica, mas ela responde que é sportinguista por minha causa. Estava habituado a obter golos nos escalões de formação e também na época em que esteve no Olivais e Moscavide. Sente-se ansioso por o fazer agora, no mais alto patamar leonino?
O meu golo está para breve. É uma emoção enorme marcar, e tenho saudades enormes de o fazer, mas fico feliz por participar na festa dos golos apontados por outros colegas. Nos escalões jovens, tinha uma média de 8/9 golos por temporada. Aliás, em todas as minhas épocas de formação, marquei ao Benfica, mas não em todos os jogos. Desde os iniciados até aos juniores, marquei-lhes sempre um golo por época em todos os escalões.Então, promete estrear-se a marcar no dérbi com o Benfica?
Não vou por aí. Prometo é aplicação. Quero que o Sporting ganhe e fico mais satisfeito assim do que não ganharmos e eu marcar um golo. No dérbi, deverá ter um frente-a-frente com Rui Costa, que, quando tinha a sua idade, era uma revelação do Benfica e colega do seu pai. Contente com estas ironias do destino?
Muito! O Rui Costa é uma pessoa espectacular e um atleta que sempre admirei, pela sua classe e carreira internacional. Vai ser um prazer enfrentá-lo na Luz, mas, sobretudo, vai ser muito difícil. Com ele em campo, o Benfica torna-se um obstáculo ainda mais complicado de ultrapassar.Chegou a privar com ele nos seus tempos de filho de jogador, deambulando pelos corredores do velho Estádio da Luz…
Sim, lembro-me bem de entrar na cabina e de o ver lá. Sempre foi assim: uma pessoa simples, acessível. Curiosamente, reencontrei-o, muitos anos depois, no passado Verão. Estava de férias com os meus pais, e demos de caras um com o outro em Vilamoura. Ele disse-me logo que nos veríamos em campoFormado como defesa-central, Miguel Veloso é capaz de assumir a lateral esquerda e firmou-se no Sporting como médio-defensivo. Afinal, onde é que se sente melhor? Ele responde:
“Onde me colocarem. Claro que sou um jogador de pendor defensivo, cresci jogando a central, na Selecção tenho vindo a jogar como lateral-esquerdo e não estranho a posição, mas agora estou mais rotinado como médio-defensivo, posição que já vinha fazendo na passada época, pelo Olivais e Moscavide. Também gosto de atacar. Esta época, também já fiz alguns jogos como central, no Sporting, e senti-me bem. Jogo em qualquer lado. Onde o treinador entender.”A equipa conheceu várias oscilações ao longo da época, mas agora parece mais estável em termos exibicionais e de resultados. O que estava a faltar?
Aconteceram episódios indesejáveis. A começar logo pela eliminação da Liga dos Campeões e da Taça UEFA, que nos deixou naturalmente desalentados. Os momentos difíceis surgem a qualquer grande equipa, mas é claro que ultrapassámos isso, e as nossas últimas exibições e resultados comprovam-no.A vitória no Estádio do Dragão foi o melhor balão de oxigénio para motivar a equipa para esta ponta final de temporada?
Foi muito importante. Sabíamos que, em caso de vitória do Sporting, a prova estaria relançada, e felizmente isso sucedeu. Foi um jogo em que fomos superiores, tudo nos correu bem.Foi a melhor exibição do Sporting nesta temporada?
Julgo que foi um jogo muito conseguido da nossa parte. Antes, já havíamos feito alguns bons jogos e, desde o clássico no Porto, continuamos a dar-lhes continuidade em termos de atitude e vitórias.Os adeptos podem descansar e confiar na equipa, depois de o próprio treinador se ter insurgido contra alguns protestos, mesmo que isolados ou especificamente dirigidos?
É claro que a massa adepta pode e deve sempre manifestar-se a favor ou contra as decisões do técnico e dos jogadores. Estão no seu direito, mas nós estamos lá dentro, e ninguém nos supera no desejo de vencer. Nem sempre o trabalho nos sai como querem. Que nos apoiem como o têm vindo a fazer – assim é mais fácil, embora eu entenda os protestos. É normal em futebol. Miguel Veloso fez a sua primeira grande aparição no jogo de estreia dos leões na Liga dos Campeões, com vitória sobre o Inter de Milão de Luís Figo. No duelo com o astro português, também ele um produto com selo de qualidade leonino, o então debutante não tremeu e marcou o seu consagrado compatriota com impressionante competência. No entanto, o craque leonino reconheceu que não foi fácil até ao momento de ouvir o apito inicial.
“Foi a minha estreia na ‘Champions’ e apenas o segundo jogo oficial pelos seniores do Sporting. Estava mais habituado a ver aquelas estrelas todas na televisão e, de repente, vi-me a jogar com eles. Andei ansioso para que esse encontro começasse, tirou-me um pouco o sono… mas não muito. Felizmente, correu-me tudo bem no duelo com o Figo, mas principalmente tratou-se de uma vitória do Sporting”, relembrou.
"Dunas" (GNR, 1985)"Power of Love" ("Huey Lewis", 1985)"Caravan of Love" (Housemartins, 1985)André Figueiredo