Sporting 0 - 2 Benfica (14ª Jornada de Juvenis A)

Num dia em que o frio se fez sentir de uma maneira muito desagradável era de esperar um derby escaldante entre os velhos rivais da 2ª Circular, e de facto o jogo atraiu considerável número de adeptos de ambos os clubes mesmo sendo jogado numa Quarta-Feira. Mas quem esperava um jogo renhido decerto terá ficado decepcionado porque após um período de 20 minutos em que ambas as equipas tiveram oportunidades, foi o Benfica que inaugurou o marcador, e eventualmentou dilatou a sua vantagem. Após estar a perder por 2-0 os Leões nunca mais recuperaram a clareza de ideias necessária para reentrar na partida.

Ambos os conjuntos entraram em campo em 4-1-2-3, a pequena surpresa no Sporting foi a colocação de Wilson Eduardo na ala esquerda, Luís Resende regressou à titularidade e jogou a lateral direito. No Benfica o XI também foi o que previsivelmente se esperava, a pequena "surpresa" foi Toumany a extremo direito.

Depressa de tornou óbvio que ambos os conjuntos preferem construir jogadas pelas alas, e aqui o Benfica lentamente foi mostrando superioridade através de Toumany e André Soares enquanto o Sporting tentava construir pela direita com Diogo Viana, mas a sua ala esquerda não esteve brilhante, e até o próprio André Gonçalo muitas vezes descaía muito para esse lado à procura de espaço para receber bolas longas. Do lado do Benfica Rui Ferreira jogou sempre mais fixo no meio.

Inicialmente tudo estava equilibrado, e o Sporting poderia mesmo reclamar alguma vantagem em número de iniciativas, mas aos 8 minutos André Gonçalo da direita faz uma assistência para Wilson Eduardo mas o dianteiro Leonino falha o alvo numa jogada que poderia ter dado em golo. Ambas as equipas procuravam uma nesga que pudesse desequilibrar o adversário, e pouco a pouco ambos procuravam enervar o seu oponente na procura do seu erro defensivo. Aos 13 minutos o extremo goleador André Soares sobe pelo seu flanco acima, e passa por vários adversários até ao toque final onde faz um remate inofensivo, mas era já uma demonstração da superior dinâmica ofensiva que o Benfica parecia ser capaz de imprimir pelos corredores laterais.

O Sporting parecia mais decidido a apostar em Diogo Viana como transportador da bola, enquanto os encarnados subiam pelos 2 lados, e quando o faziam pela direita estavam sempre bem apoiados pelo Ex-Leão Pedro Eugénio. Os minutos passavam e nenhuma equipa tinha vantagem, aos 19 minutos Diogo Rosado executa um livre muito perigoso com o seu pé esquerdo, e para evitar conceder mais livres frontais o Professor João Couto depressa pede ao seu meio campo para jogar de forma mais compacta.

Aos 25 minutos surge o golo Benfiquista, o extremo direito Toumany remata cruzado, e enfia a bola na baliza de Nuno Silva numa jogada em que a defesa Leonina não fez tudo o que podia para fechar o corredor direito. Infelizmente Toumany após marcar o golo dirigiu-se ao banco de suplentes do Sporting, e à frente dos mesmos passou com o dedo pela garganta num gesto provocatório, e que depressa lhe valeu merecidamente um cartão amarelo.

A contenda manteve-se equilibrada, mas agora com o Sporting mais apostado no contra ataque, mas o conjunto Leonino apesar de apresentar mais frescura física do que na jornada anterior continua a ser previsivelmente lento nas transições defesa para ataque. Vs uma boa equipa como a do Benfica essas deficiências são cada vez mais óbvias.
Aos 34 minutos Pedro Eugénio cruza, e o trinco Leandro Pimenta marca o 2º do Benfica, para o Sporting o intervalo não podia chegar depressa o suficiente porque após o 2º tento a equipa perdeu um pouco a cabeça, e como resultado começaram a conceder ainda mais oportunidades ao adversário, especialmente pelas faixas laterais.

Na 2ª parte ambos os Misters refrescaram os seus conjuntos com a entrada de novos elementos. O Professor Luís Dias retirou Diogo Rosado para fazer entrar André Martins que foi jogar para a mesma posição, o Benfica tirou Toumany e fez entrar Artur Lourenço. Na 2ª parte o jogo manteve-se semelhante aos minutos finais da 1ª, o Benfica atacava e levava perigo nas suas investidas, mas o Sporting atacava mal, e continuava muito permissivo a defender, por esta altura o 3-0 não parecia uma impossibilidade.
O Sporting decide então retirar André Gonçalo aos 52, e faz entrar Luís Andrade, e a partir de aqui o Sporting passa a jogar com 2 extremos puros com Andrade na esquerda e Diogo Viana na direita, mas agora com Wilson no meio mas mesmo assim a equipa emocionalmente parecia sem ideias, e acima de tudo sem velocidade na circulação de bola, muitas vezes optando por passes com fracas possibilidades de sucesso.

Com o jogo controlado João Couto tira o central Abel Pereira, e faz entrar Abdel para o seu lugar, o Sporting por sua vez decide apostar tudo, e retira o lateral Michael Santos para fazer entrar o avançado centro Hugo Fernandes, a partir daqui o Sporting jogava com 3 centrais (Luís Resende agora como central) num 3-1-2-4 com Wilson e Fernandes na frente, mas com os 2 alas algo recuados a proteger os corredores laterais que agora estavam mais vazios.
Após a mudança de sistema o Sporting começou a defender melhor, e a atacar ligeiramente melhor, mas por esta altura o Benfica também já parecia ter perdido um pouco da sua ambição, e retira um dos seus melhores elementos David Simão, e faz entrar Valdo Águamel para refrescar o meio campo.

Apesar de agora jogar em maior profundidade defensiva o Benfica continuava à espreita de uma oportunidade de ouro, e tinha jogadores com qualidade para ir buscando essa janela de oportunidade quer pelas alas, quer pelo eixo defensivo Leonino que agora estava menos compacto numa tentativa de fechar o campo em toda a largura.

Nos últimos 10 minutos algum público começou a sair das bancadas, mas ainda houve tempo para o Capitão Diogo Amado levar um amarelo por puxar a camisola ao adversário e assim "desarmadilhar" uma jogada perigosa a favor do Benfica. O Sporting claramente ganhou poder de fogo a partir do momento em que Wilson passou a jogar no meio pois efectuou mais remates, mas o avançado não conseguiu nunca direccionar bem as suas tentativas. Nos minutos finais Pedro Eugénio mais uma vez demonstrou ser possuidor de um excelente pé direito ao apontar um livre que podia ter levado algum perigo à baliza de Nuno Silva que diga-se de passagem não fez uma exibição brilhante, e tem que perder o hábito de largar a bola dentro da sua área.

No final deste jogo o Benfica passava por cima do Sporting na tabela classificativa para assumir a liderança do campeonato de Juvenis, uma vitória justa, e inquestionável que ficou bem entregue à melhor equipa sobre o relvado.




André Figueiredo